Em risco de diabetes? Corte os carboidratos, diz novo estudo

Embora as dietas com pouco carboidrato sejam frequentemente recomendadas para aqueles que estão sendo tratados para diabetes, existem poucas evidências sobre se comer menos carboidratos pode afetar o açúcar no sangue de pessoas com diabetes ou pré-diabetes que não são tratadas com medicamentos.

Agora, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Tulane, uma dieta baixa em carboidratos pode ajudar aqueles com diabetes não medicado – e aqueles em risco de diabetes – a reduzir o açúcar no sangue.

O estudo, publicado na revista JAMA Network Open, comparou dois grupos: um atribuído a uma dieta baixa em carboidratos e outro que continuou com sua dieta habitual. Após seis meses, o grupo da dieta baixa em carboidratos apresentou maiores quedas na hemoglobina A1c, um marcador dos níveis de açúcar no sangue, quando comparado ao grupo que ingeriu sua dieta habitual. O grupo de dieta com baixo teor de carboidratos também perdeu peso e apresentou níveis mais baixos de glicose em jejum.

“A mensagem principal é que uma dieta pobre em carboidratos, se mantida, pode ser uma abordagem útil para prevenir e tratar o diabetes tipo 2, embora sejam necessárias mais pesquisas”, disse a principal autora Kirsten Dorans, professora assistente de epidemiologia da Tulane University School of Saúde Pública e Medicina Tropical.

Diabetes no Brasil

Aproximadamente 16,8 milhões de brasileiros têm diabetes, uma condição que ocorre quando o corpo não usa insulina adequadamente e não consegue regular os níveis de açúcar no sangue. O diabetes tipo 2 compreende mais de 90% desses casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

O diabetes tipo 2 pode afetar gravemente a qualidade de vida com sintomas como visão turva, mãos e pés dormentes e cansaço geral e pode causar outros problemas de saúde graves, como doenças cardíacas, perda de visão e doenças renais.

Descobertas do estudo

As descobertas do estudo são especialmente importantes para aqueles com pré-diabetes cujos níveis de A1c estão acima do normal, mas abaixo dos níveis que seriam classificados como diabetes. Aproximadamente 40 milhões de brasileiros têm pré-diabetes e mais de 80% das pessoas com pré-diabetes não sabem.

Aqueles com pré-diabetes correm maior risco de diabetes tipo 2, ataques cardíacos ou derrames e geralmente não estão tomando medicamentos para baixar os níveis de açúcar no sangue, tornando uma dieta saudável mais crucial.

O estudo envolveu participantes cujo nível de açúcar no sangue variou de níveis pré-diabéticos a diabéticos e que não estavam tomando medicamentos para diabetes. Aqueles no grupo de baixo teor de carboidratos viram os níveis de A1c cair 0,23% a mais do que o grupo de dieta usual, uma quantidade que Dorans chamou de “modesta, mas clinicamente relevante”.

É importante ressaltar que as gorduras compunham cerca de metade das calorias ingeridas por aqueles no grupo de baixo teor de carboidratos, mas as gorduras eram principalmente gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas saudáveis ​​​​encontradas em alimentos como azeite e nozes.

Dorans disse que o estudo não prova que uma dieta baixa em carboidratos previne o diabetes. Mas abre a porta para mais pesquisas sobre como mitigar os riscos à saúde de pessoas com pré-diabetes e diabetes não tratadas por medicamentos.

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